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Língua Inglesa na escola pública
                   e a relação com o saber
                                                        Aline Cajé Bernardo1




Resumo

Este artigo reporta-se a uma pesquisa cujo objetivo foi analisar a relação dos alu-
nos de uma escola pública com a aprendizagem de inglês, pautando-se no concei-
to de “relação com o saber” de Bernard Charlot, tendo em vista o papel desse
idioma na atualidade e os problemas existentes em seu ensino na escola pública,
o que tem deslocado este ensino para os cursos particulares. Foram utilizados
questionários, desenhos e entrevistas de explicitação. Os dados mostraram que
os alunos consideram importante saber o idioma visando à obtenção de emprego
e que preferem utilizá-lo através da internet, video games e música.




Palavras-chave Inglês, Relação com o Saber, Ensino/Aprendizagem.
 alavras-chave:




1
    Pós-graduada em Metodologia do Ensino de Língua Inglesa (Faculdade de
    Educação São Luís-SP), Graduada em Letras Português/Inglês (UFS),
    Professora da Rede Pública de Aracaju, Membro do Grupo de Pesquisa
    Educação e Contemporaneidade do Núcleo de Pós-Graduação em Educação
    da Universidade Federal de Sergipe, alinecaje@ufs.br.

Interdisciplinar                       v. 4, n. 4 - p. 94-105 - Jul/Dez de 2007
Língua Inglesa na escola pública e a relação com o saber       95

1. Introdução

       A língua inglesa tem ocupado um papel de destaque no cená-
rio mundial. Idioma da divulgação do conhecimento científico, da
internet e língua franca das instituições internacionais, sua difusão
tem alcançado proporções inigualáveis na história das línguas.
       De acordo com Berger (2005, p. 97), “a maior quantidade de
informação que circula hoje pela Net encontra-se em inglês”, pre-
valecendo como “a língua mais usada para a comunicação global” e
também, como “a mais presente no mundo da tecnologia”. Alguns
autores até mesmo a consideram como a “língua da globalização”
(LACOSTE, 2005, p. 8) e (MOITA LOPES apud RAJAGOPALAN,
2005, p.153).
       Este artigo pretende analisar, com base em alguns dados obti-
dos através de pesquisa realizada em uma escola pública de Aracaju,
a “relação com o saber” dos alunos no aprendizado da língua ingle-
sa. Partindo do conceito de “Relação com o Saber”, de Bernard
Charlot, buscamos compreender qual o sentido, do ponto de vista
dos próprios alunos, de se estudar inglês e que importância eles atri-
buem ao aprendizado dessa língua no mundo atual. Pretendemos
também compreender se eles percebem a escola regular como espa-
ço de aprendizado dessa língua, visto que ela tem apresentado pro-
blemas relacionados ao seu ensino e aprendizagem, resultando
muitas vezes, em seu deslocamento para os cursos de idioma parti-
culares, excluindo dessa forma, aqueles alunos das camadas popu-
lares que não têm condições financeiras de arcar com tal empreen-
dimento.

             Formativo
2. O Caráter Formativo da Língua Estrangeira

      A inclusão de pelo menos uma disciplina de língua estrangei-
ra no currículo escolar tem sido considerada de extrema importân-

Interdisciplinar                 v. 4, n. 4 - p. 94-105 - Jul/Dez de 2007
96                      Aline Cajé Bernardo

cia no mundo atual. Ao conhecer apenas a língua materna, o indiví-
duo priva-se de acessar informações que estão disponíveis em ou-
tras línguas, deixando de obter em primeira mão conhecimentos
compartilhados no resto do mundo que poderiam contribuir para o
seu crescimento pessoal (NICHOLS, 2001, p.16).
       Atualmente, o caráter formativo de uma língua estrangeira
ganha muito relevo, conforme salientam os Parâmetros Curriculares
Nacionais de Língua Estrangeira:

                        [...] objetiva-se restaurar o papel da Língua Estran-
                        geira na formação educacional. A aprendizagem de
                        uma língua estrangeira, juntamente com a língua
                        materna é um direito de todo cidadão, conforme
                        expresso na Lei de Diretrizes de Bases e na Decla-
                        ração Universal dos Direitos Lingüísticos, publicada
                        pelo Centro Internacional Escarré para Minorias
                        Étnicas e Nações (Ciemen) e pelo PEN-Club Inter-
                        nacional. Sendo assim, a escola não pode mais se
                        omitir em relação a essa aprendizagem (1998. p. 19).


      A sociedade brasileira atribui valor a esse conhecimento quan-
do as famílias com melhores condições financeiras, não satisfeitas
com os resultados do ensino público, enviam seus filhos a institutos
e cursos particulares de idiomas. (ALMEIDA FILHO, 2005, p.7).

3. Hegemonia do Inglês e seu ensino na escola pública

      Os autores e documentos até agora considerados neste artigo
referem-se às línguas estrangeiras em geral. Nosso enfoque é sobre
a língua inglesa, cuja difusão é planetária. Quer apreciemos ou não,
o fato é que o inglês tem ocupado o status de língua global, pois
segundo Rajagopalan:

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Língua Inglesa na escola pública e a relação com o saber          97

                          Estima-se que perto de 1,5 bilhão de pessoas no
                          mundo – isto é ¼ da população mundial – já possui
                          algum conhecimento da língua inglesa e/ou se en-
                          contra em situação de lidar com ela no seu dia-a-
                          dia. Acrescente-se a isso o fato ainda mais impres-
                          sionante de que algo em torno de 80 a 90% da divul-
                          gação do conhecimento científico ocorre em inglês.
                          Ou seja, quem se recusa a adquirir um conhecimen-
                          to mínimo da língua inglesa corre o perigo de per-
                          der o bonde da história (2005. p. 149).


       Em conformidade com o cenário nacional e as tendências
mundiais, em Aracaju, o idioma de maior prestígio na escola regu-
lar, inclusive na rede particular, é o inglês. De acordo com informa-
ção obtida junto à Diretoria de Ensino da Secretaria Municipal de
Educação, das 26 escolas de ensino fundamental (com classes da 5ª
a 8ª série), nenhuma oferece atualmente o Francês ou Espanhol como
opção de língua estrangeira.
       Se o ensino de uma língua estrangeira é dever da escola, e se
grande parte das escolas oferece exclusivamente o inglês, e ainda
se, no caso dos alunos das camadas populares, a escola pública é o
único lugar de aprendizado desse idioma, é de se esperar que seu
ensino seja eficaz e significativo para eles, possibilitando-lhes o aces-
so ao direito de formação integral do indivíduo a fim de que possam
exercer a tão proclamada “cidadania” e utilizar o conhecimento ad-
quirido como mecanismo de inclusão social, encontrando assim um
“lugar nas redes articuladas de fluxos de capitais e informações”,
no atual mundo globalizado. (CHARLOT, 2005, p. 133).
       Por ensino eficaz, compartilhamos do entendimento de Berger
(2005, p. 11) como: “[...] aquele que capacite o aprendiz a usar a
língua inglesa para se comunicar, para negociar, ou seja, para
interagir em diferentes situações pessoais e comerciais”.

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       Alguns estudos têm mostrado que o ensino de inglês na esco-
la regular está longe de atender a essas necessidades. Walker (2003,
p. 47) diagnostica a situação do ensino de inglês na escola pública
como sendo um “quadro desolador”. Batista (2003, p. 14) acrescen-
ta: “[...] há problemas no ensino de LE, tanto em nível de ensino
básico como em nível superior [...]”.
       Alguns livros específicos para professores de língua inglesa
apontam como causas para a ineficiência do ensino/aprendizagem
de inglês os seguintes fatores: (des)motivação, recursos didáticos
escassos, classes numerosas, pouca qualificação docente, utiliza-
ção de metodologias inadequadas e a condição sócio-cultural do
aluno, dentre outros. É inegável a interferência de fatores dessa
ordem no processo de ensino/aprendizagem de um idioma estran-
geiro, mas alguns destes livros assemelham-se a manuais de técni-
cas de ensino, atribuindo direta ou indiretamente ao professor,
através da aplicação ou não de determinadas metodologias, uma
responsabilidade unilateral quanto ao sucesso ou insucesso de seus
alunos. É realmente preocupante a situação do ensino/aprendiza-
gem de inglês na escola pública, visto que a maioria dos alunos, ao
final de sete anos de estudo, parece estar estudando inglês pela
primeira vez. No entanto, o que nos chamou a atenção foi perce-
ber que apesar de todos os fatores adversos para o ensino de inglês
e seu aprendizado efetivo, alguns alunos aprendem. Esta consta-
tação, derivada de nossa prática docente, foi o que nos motivou a
desenvolver uma pesquisa junto aos alunos da escola pública no
intuito de compreender que relação eles estabelecem com o “sa-
ber” e o “aprender” inglês. Como esses alunos vêem esse idioma
considerado “importante” por outros, a exemplo dos adultos e da
mídia? Que sentido esses alunos atribuem ao aprendizado de uma
língua estrangeira? Como os alunos vêem o papel da língua ingle-
sa no mundo atual?


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Língua Inglesa na escola pública e a relação com o saber               99

4. A Relação com o saber

        De acordo com Charlot (2005, p. 19), a relação como saber é
“a relação do sujeito consigo mesmo, com os outros e com o mun-
do” e o fato de o aluno obter sucesso não é algo que dependa exclu-
sivamente do professor, pois o aprendente também é co-participan-
te da “atividade intelectual” e deve “mobilizar-se”. Charlot prefere
utilizar o termo “mobilização” ao invés de “motivação”. Para ele
“[...] a mobilização é um movimento interno do aluno, é a dinâmica
interna do aluno que, evidentemente, se articula com o problema
do desejo”.
        Ainda a esse respeito, o autor afirma:

                         [...] Uma aprendizagem só é possível se for imbuída do
                         desejo (consciente ou inconsciente) e se houver um
                         envolvimento daquele que aprende. Em outras palavras:
                         só se pode ensinar a alguém que aceita aprender, ou seja,
                         que aceita investir-se intelectualmente. O professor não
                         produz o saber no aluno, ele realiza alguma coisa (uma
                         aula, a aplicação de um dispositivo de aprendizagem,
                         etc) para que o próprio aluno faça o que é essencial, o
                         trabalho intelectual. (CHARLOT, 2005, p. 76).


      Charlot (2000, p. 81-82) acrescenta ainda que “o conceito de
relação com o saber implica o de desejo”, ou seja, o de um sujeito
que deseja apropriar-se desse saber. Não um desejo sinônimo de
“pulsão”, mas “o desejo do outro, do mundo, de si próprio”. Para o
autor, esse desejo “advém quando o sujeito experimentou o prazer
de aprender e saber”. O sujeito é definido por ele como sendo “rela-
ção com o saber” e também como “um ser vivo engajado em uma
dinâmica do desejo” e que “sua relação com o saber coloca em jogo
a questão do valor do que ele aprende”.

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       Quanto à questão do sentido, Charlot (2001, p. 56), ao tradu-
zir livremente um artigo de Francis Jacques, propõe uma definição
dessa palavra:

                         [...] tem sentido uma palavra, um enunciado, um
                         acontecimento que possam ser postos em relação
                         com outros em um sistema, ou em um conjunto; faz
                         sentido para um indivíduo algo que lhe acontece e
                         que tem relações com outras coisas de sua vida, coi-
                         sas que ele já pensou, questões que ele já se propôs.
                         É significante (ou, aceitando-se essa ampliação, tem
                         sentido) o que produz inteligibilidade sobre algo, o
                         que aclara algo no mundo. É significante (ou, por
                         ampliação novamente, tem sentido) o que é comu-
                         nicável e pode ser entendido em uma troca com ou-
                         tros. Em suma, o sentido é produzido por estabele-
                         cimento de relação, dentro de um sistema, ou nas
                         relações com o mundo ou com os outros.


      Procuramos investigar sobre o que significa para os alunos ir à
escola e lá estudar inglês, qual o sentido de estudar e de não estudar
essa disciplina, pois segundo o autor supracitado “uma coisa pode
fazer sentido para mim sem que eu saiba claramente por que, não
saiba nem sequer que ela faz sentido”. (CHARLOT, 2001, p. 57).



5. Metodologia

       Participaram da pesquisa 105 alunos e alunas das quintas e
oitavas séries do ensino fundamental, do turno vespertino de uma
escola pública de Aracaju, num total de quatro turmas. As quintas
séries foram escolhidas por se tratarem de um momento em que a

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Língua Inglesa na escola pública e a relação com o saber    101

maioria dos alunos da escola pública está estudando inglês pela pri-
meira vez e experimentando a “fase da novidade”. Já a oitava série
é um período de transição entre o ensino fundamental e o médio,
quando o inglês não é mais novidade para eles.
      Para a coleta de dados, num primeiro momento foram utili-
zados questionários com perguntas do tipo: 1) Você gosta de estudar
inglês? 2) Está contente por estudar inglês ou gostaria de estudar
outra língua estrangeira? 3)Considera importante aprender inglês?
Poderia explicar por quê? 4) Você utiliza o inglês no seu dia-a-dia?
De que forma? Num segundo momento, foi solicitado aos alunos
que fizessem desenhos que representassem a aula de inglês, para
tentar analisar o que jaz sob o discurso deles. Por fim, foram feitas
“entrevistas de explicitação” (VERMERSCH, 1994). Tais entrevis-
tas foram utilizadas como complementação aos questionamentos
ou dúvidas que surgiram quanto aos desenhos elaborados. Nessa
etapa, os alunos puderam explicitar determinados aspectos de suas
produções.



6. Resultados

       Os dados mostraram que 88% dos alunos da quinta série gos-
tam de inglês, demonstrando mais interesse na aprendizagem do
idioma, devido ao fator “novidade”. Já na oitava série, observamos
esse interesse cair para 58%, devido à ausência do mesmo fator. Isto
pôde ser confirmado por meio dos desenhos produzidos. Alguns
desses desenhos nós chamamos de “verbalizados”, porque neles os
alunos da oitava série acrescentavam palavras como: “chatice” e
“enjôo” ao referirem-se às aulas de inglês. Quando perguntados se
estavam contentes com o inglês ou prefeririam estudar outro idio-
ma, caso lhes fosse concedida a possibilidade de escolher, a maioria
optou pelo inglês (60% na 5ª e 65% na 8ª série). Sobre se considera-

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102                      Aline Cajé Bernardo

vam a aprendizagem de inglês importante, a maioria respondeu afir-
mativamente. Os índices da tabela 01 apontam 92% para os alunos
da quinta e 98% para os da oitava. Na oitava série, 60% relacionou
essa importância à obtenção de um emprego no futuro, revelando
que o trabalho é a grande preocupação da maioria dos alunos desta
série. Já na quinta série, houve um empate de 25% para as questões
de emprego e viagens. Um quarto dos alunos desta série mostrou-se
otimista quanto ao futuro e alimentam expectativas positivas, in-
cluindo viagens turísticas a países estrangeiros. Alguns disseram:
“É importante porque quando eu viajar para um país estrangeiro já
sei falar”.



 Tabela 01 – Importância atribuída à aprendizagem de Inglês
 Tabela
 Descritivo Sim Emprego Viagem Conhecimento Outros   Não Não responderam
 Alunos da 92%    25%    25%       12%         23%   3%        2%
 5ª Série
 Alunos da 98%    60%    13%       10%         10%   3%        5%
 8ª Série



      A relação entre inglês e conhecimento foi pouco mencionada
por esses jovens. De acordo com a tabela acima, apenas 12% dos
estudantes da quinta série e 10% dos da oitava referiram-se à obten-
ção de novos conhecimentos por meio do inglês.
      Uma das perguntas do questionário inquiria sobre a utiliza-
ção da língua inglesa na vida diária, numa tentativa de entrar na
lógica dos alunos sobre se havia alguma correlação entre o fator
“disciplina distante da realidade deles” e o sentido que eles atribu-
íam a essa aprendizagem.




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Língua Inglesa na escola pública e a relação com o saber           103

      Tabela 02 - Uso de Inglês no Dia-a-dia

 Descritivo   Música   Filme   Internet   Video Games   Outros   Falando Não usa
 Alunos da     26%      2%       15%           11%       8%       15%     37%
 5ª Série
 Alunos da     38%      8%       13%           5%        15%       8%     43%
 8ª Série
 Total de      30%      4%       14%           9%        10%      12%     39%
 alunos


      A música e a internet são os elementos motivadores mais cita-
dos em ambas as séries nesta utilização. Mostrando-se sintonizados
com os avanços tecnológicos, alguns alunos utilizam inglês no com-
putador com video games e internet. Isso ocorre principalmente nas
lan houses. Os índices mostraram que 39% dos alunos não se perce-
bem utilizando o inglês na vida cotidiana.

                 Finais
7. Considerações Finais

       Os dados revelaram que a maioria dos alunos pesquisados
gosta e acha importante aprender a língua inglesa. A escola é vista
pela maioria deles como o lugar de aprendizagem desse idioma,
diferentemente do que qualquer análise apressada poderia supor.
Essa crença na função da escola regular como lugar legítimo do
aprendizado da língua estrangeira é um fator importante e
estimulador da busca de soluções para o enfrentamento dos proble-
mas relativos a esse ensino.
       Eles não utilizam muito o inglês no dia-a-dia, mas quando o
fazem recorrem à música, internet e video games. Essa inclinação por
parte deles para o uso da internet poderia constituir-se em terreno
fértil para um redirecionamento das metodologias de ensino de in-
glês, funcionando como elemento mobilizador da atividade intelec-
tual dos alunos. Os atuais laboratórios de informática da maioria

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104                     Aline Cajé Bernardo

das escolas públicas não oferecem condições para o desenvolvimento
de atividades que realmente possam relacionar o ensino de inglês com
a utilização das novas tecnologias da informação e comunicação.
       O sentido atribuído pelos alunos à aprendizagem desta lín-
gua está vinculado à perspectiva de um futuro melhor. Compreen-
dem que esse idioma pode fazer diferença na luta por um emprego.
Notou-se a consciência da necessidade de aprender, mas pouco em-
penho em prol disso. O conhecimento do idioma pelo saber em si
ou como forma de obtenção de outros conhecimentos foi minima-
mente citado. Na sua maioria, não demonstraram preocupação com
o saber propriamente dito, nem com os conhecimentos resultantes
da “aventura comum da humanidade” (CHARLOT, 2005, p. 84-85).
       Por enquanto, estes dados estão restritos aos alunos de uma
escola pública. Posteriormente, teremos subsídios para uma análi-
se mais acurada sobre a relação dos alunos com o aprendizado de
Inglês, com a ampliação da pesquisa para o âmbito das escolas da
rede particular, a fim de ao comparamos as diferentes visões dos
alunos, tentarmos contribuir para as pesquisas e debates sobre o
ensino de língua estrangeira e talvez tornar a aprendizagem desse
idioma mais eficaz para eles.

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  • 1. Língua Inglesa na escola pública e a relação com o saber Aline Cajé Bernardo1 Resumo Este artigo reporta-se a uma pesquisa cujo objetivo foi analisar a relação dos alu- nos de uma escola pública com a aprendizagem de inglês, pautando-se no concei- to de “relação com o saber” de Bernard Charlot, tendo em vista o papel desse idioma na atualidade e os problemas existentes em seu ensino na escola pública, o que tem deslocado este ensino para os cursos particulares. Foram utilizados questionários, desenhos e entrevistas de explicitação. Os dados mostraram que os alunos consideram importante saber o idioma visando à obtenção de emprego e que preferem utilizá-lo através da internet, video games e música. Palavras-chave Inglês, Relação com o Saber, Ensino/Aprendizagem. alavras-chave: 1 Pós-graduada em Metodologia do Ensino de Língua Inglesa (Faculdade de Educação São Luís-SP), Graduada em Letras Português/Inglês (UFS), Professora da Rede Pública de Aracaju, Membro do Grupo de Pesquisa Educação e Contemporaneidade do Núcleo de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Sergipe, alinecaje@ufs.br. Interdisciplinar v. 4, n. 4 - p. 94-105 - Jul/Dez de 2007
  • 2. Língua Inglesa na escola pública e a relação com o saber 95 1. Introdução A língua inglesa tem ocupado um papel de destaque no cená- rio mundial. Idioma da divulgação do conhecimento científico, da internet e língua franca das instituições internacionais, sua difusão tem alcançado proporções inigualáveis na história das línguas. De acordo com Berger (2005, p. 97), “a maior quantidade de informação que circula hoje pela Net encontra-se em inglês”, pre- valecendo como “a língua mais usada para a comunicação global” e também, como “a mais presente no mundo da tecnologia”. Alguns autores até mesmo a consideram como a “língua da globalização” (LACOSTE, 2005, p. 8) e (MOITA LOPES apud RAJAGOPALAN, 2005, p.153). Este artigo pretende analisar, com base em alguns dados obti- dos através de pesquisa realizada em uma escola pública de Aracaju, a “relação com o saber” dos alunos no aprendizado da língua ingle- sa. Partindo do conceito de “Relação com o Saber”, de Bernard Charlot, buscamos compreender qual o sentido, do ponto de vista dos próprios alunos, de se estudar inglês e que importância eles atri- buem ao aprendizado dessa língua no mundo atual. Pretendemos também compreender se eles percebem a escola regular como espa- ço de aprendizado dessa língua, visto que ela tem apresentado pro- blemas relacionados ao seu ensino e aprendizagem, resultando muitas vezes, em seu deslocamento para os cursos de idioma parti- culares, excluindo dessa forma, aqueles alunos das camadas popu- lares que não têm condições financeiras de arcar com tal empreen- dimento. Formativo 2. O Caráter Formativo da Língua Estrangeira A inclusão de pelo menos uma disciplina de língua estrangei- ra no currículo escolar tem sido considerada de extrema importân- Interdisciplinar v. 4, n. 4 - p. 94-105 - Jul/Dez de 2007
  • 3. 96 Aline Cajé Bernardo cia no mundo atual. Ao conhecer apenas a língua materna, o indiví- duo priva-se de acessar informações que estão disponíveis em ou- tras línguas, deixando de obter em primeira mão conhecimentos compartilhados no resto do mundo que poderiam contribuir para o seu crescimento pessoal (NICHOLS, 2001, p.16). Atualmente, o caráter formativo de uma língua estrangeira ganha muito relevo, conforme salientam os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Estrangeira: [...] objetiva-se restaurar o papel da Língua Estran- geira na formação educacional. A aprendizagem de uma língua estrangeira, juntamente com a língua materna é um direito de todo cidadão, conforme expresso na Lei de Diretrizes de Bases e na Decla- ração Universal dos Direitos Lingüísticos, publicada pelo Centro Internacional Escarré para Minorias Étnicas e Nações (Ciemen) e pelo PEN-Club Inter- nacional. Sendo assim, a escola não pode mais se omitir em relação a essa aprendizagem (1998. p. 19). A sociedade brasileira atribui valor a esse conhecimento quan- do as famílias com melhores condições financeiras, não satisfeitas com os resultados do ensino público, enviam seus filhos a institutos e cursos particulares de idiomas. (ALMEIDA FILHO, 2005, p.7). 3. Hegemonia do Inglês e seu ensino na escola pública Os autores e documentos até agora considerados neste artigo referem-se às línguas estrangeiras em geral. Nosso enfoque é sobre a língua inglesa, cuja difusão é planetária. Quer apreciemos ou não, o fato é que o inglês tem ocupado o status de língua global, pois segundo Rajagopalan: Interdisciplinar v. 4, n. 4 - p. 94-105 - Jul/Dez de 2007
  • 4. Língua Inglesa na escola pública e a relação com o saber 97 Estima-se que perto de 1,5 bilhão de pessoas no mundo – isto é ¼ da população mundial – já possui algum conhecimento da língua inglesa e/ou se en- contra em situação de lidar com ela no seu dia-a- dia. Acrescente-se a isso o fato ainda mais impres- sionante de que algo em torno de 80 a 90% da divul- gação do conhecimento científico ocorre em inglês. Ou seja, quem se recusa a adquirir um conhecimen- to mínimo da língua inglesa corre o perigo de per- der o bonde da história (2005. p. 149). Em conformidade com o cenário nacional e as tendências mundiais, em Aracaju, o idioma de maior prestígio na escola regu- lar, inclusive na rede particular, é o inglês. De acordo com informa- ção obtida junto à Diretoria de Ensino da Secretaria Municipal de Educação, das 26 escolas de ensino fundamental (com classes da 5ª a 8ª série), nenhuma oferece atualmente o Francês ou Espanhol como opção de língua estrangeira. Se o ensino de uma língua estrangeira é dever da escola, e se grande parte das escolas oferece exclusivamente o inglês, e ainda se, no caso dos alunos das camadas populares, a escola pública é o único lugar de aprendizado desse idioma, é de se esperar que seu ensino seja eficaz e significativo para eles, possibilitando-lhes o aces- so ao direito de formação integral do indivíduo a fim de que possam exercer a tão proclamada “cidadania” e utilizar o conhecimento ad- quirido como mecanismo de inclusão social, encontrando assim um “lugar nas redes articuladas de fluxos de capitais e informações”, no atual mundo globalizado. (CHARLOT, 2005, p. 133). Por ensino eficaz, compartilhamos do entendimento de Berger (2005, p. 11) como: “[...] aquele que capacite o aprendiz a usar a língua inglesa para se comunicar, para negociar, ou seja, para interagir em diferentes situações pessoais e comerciais”. Interdisciplinar v. 4, n. 4 - p. 94-105 - Jul/Dez de 2007
  • 5. 98 Aline Cajé Bernardo Alguns estudos têm mostrado que o ensino de inglês na esco- la regular está longe de atender a essas necessidades. Walker (2003, p. 47) diagnostica a situação do ensino de inglês na escola pública como sendo um “quadro desolador”. Batista (2003, p. 14) acrescen- ta: “[...] há problemas no ensino de LE, tanto em nível de ensino básico como em nível superior [...]”. Alguns livros específicos para professores de língua inglesa apontam como causas para a ineficiência do ensino/aprendizagem de inglês os seguintes fatores: (des)motivação, recursos didáticos escassos, classes numerosas, pouca qualificação docente, utiliza- ção de metodologias inadequadas e a condição sócio-cultural do aluno, dentre outros. É inegável a interferência de fatores dessa ordem no processo de ensino/aprendizagem de um idioma estran- geiro, mas alguns destes livros assemelham-se a manuais de técni- cas de ensino, atribuindo direta ou indiretamente ao professor, através da aplicação ou não de determinadas metodologias, uma responsabilidade unilateral quanto ao sucesso ou insucesso de seus alunos. É realmente preocupante a situação do ensino/aprendiza- gem de inglês na escola pública, visto que a maioria dos alunos, ao final de sete anos de estudo, parece estar estudando inglês pela primeira vez. No entanto, o que nos chamou a atenção foi perce- ber que apesar de todos os fatores adversos para o ensino de inglês e seu aprendizado efetivo, alguns alunos aprendem. Esta consta- tação, derivada de nossa prática docente, foi o que nos motivou a desenvolver uma pesquisa junto aos alunos da escola pública no intuito de compreender que relação eles estabelecem com o “sa- ber” e o “aprender” inglês. Como esses alunos vêem esse idioma considerado “importante” por outros, a exemplo dos adultos e da mídia? Que sentido esses alunos atribuem ao aprendizado de uma língua estrangeira? Como os alunos vêem o papel da língua ingle- sa no mundo atual? Interdisciplinar v. 4, n. 4 - p. 94-105 - Jul/Dez de 2007
  • 6. Língua Inglesa na escola pública e a relação com o saber 99 4. A Relação com o saber De acordo com Charlot (2005, p. 19), a relação como saber é “a relação do sujeito consigo mesmo, com os outros e com o mun- do” e o fato de o aluno obter sucesso não é algo que dependa exclu- sivamente do professor, pois o aprendente também é co-participan- te da “atividade intelectual” e deve “mobilizar-se”. Charlot prefere utilizar o termo “mobilização” ao invés de “motivação”. Para ele “[...] a mobilização é um movimento interno do aluno, é a dinâmica interna do aluno que, evidentemente, se articula com o problema do desejo”. Ainda a esse respeito, o autor afirma: [...] Uma aprendizagem só é possível se for imbuída do desejo (consciente ou inconsciente) e se houver um envolvimento daquele que aprende. Em outras palavras: só se pode ensinar a alguém que aceita aprender, ou seja, que aceita investir-se intelectualmente. O professor não produz o saber no aluno, ele realiza alguma coisa (uma aula, a aplicação de um dispositivo de aprendizagem, etc) para que o próprio aluno faça o que é essencial, o trabalho intelectual. (CHARLOT, 2005, p. 76). Charlot (2000, p. 81-82) acrescenta ainda que “o conceito de relação com o saber implica o de desejo”, ou seja, o de um sujeito que deseja apropriar-se desse saber. Não um desejo sinônimo de “pulsão”, mas “o desejo do outro, do mundo, de si próprio”. Para o autor, esse desejo “advém quando o sujeito experimentou o prazer de aprender e saber”. O sujeito é definido por ele como sendo “rela- ção com o saber” e também como “um ser vivo engajado em uma dinâmica do desejo” e que “sua relação com o saber coloca em jogo a questão do valor do que ele aprende”. Interdisciplinar v. 4, n. 4 - p. 94-105 - Jul/Dez de 2007
  • 7. 100 Aline Cajé Bernardo Quanto à questão do sentido, Charlot (2001, p. 56), ao tradu- zir livremente um artigo de Francis Jacques, propõe uma definição dessa palavra: [...] tem sentido uma palavra, um enunciado, um acontecimento que possam ser postos em relação com outros em um sistema, ou em um conjunto; faz sentido para um indivíduo algo que lhe acontece e que tem relações com outras coisas de sua vida, coi- sas que ele já pensou, questões que ele já se propôs. É significante (ou, aceitando-se essa ampliação, tem sentido) o que produz inteligibilidade sobre algo, o que aclara algo no mundo. É significante (ou, por ampliação novamente, tem sentido) o que é comu- nicável e pode ser entendido em uma troca com ou- tros. Em suma, o sentido é produzido por estabele- cimento de relação, dentro de um sistema, ou nas relações com o mundo ou com os outros. Procuramos investigar sobre o que significa para os alunos ir à escola e lá estudar inglês, qual o sentido de estudar e de não estudar essa disciplina, pois segundo o autor supracitado “uma coisa pode fazer sentido para mim sem que eu saiba claramente por que, não saiba nem sequer que ela faz sentido”. (CHARLOT, 2001, p. 57). 5. Metodologia Participaram da pesquisa 105 alunos e alunas das quintas e oitavas séries do ensino fundamental, do turno vespertino de uma escola pública de Aracaju, num total de quatro turmas. As quintas séries foram escolhidas por se tratarem de um momento em que a Interdisciplinar v. 4, n. 4 - p. 94-105 - Jul/Dez de 2007
  • 8. Língua Inglesa na escola pública e a relação com o saber 101 maioria dos alunos da escola pública está estudando inglês pela pri- meira vez e experimentando a “fase da novidade”. Já a oitava série é um período de transição entre o ensino fundamental e o médio, quando o inglês não é mais novidade para eles. Para a coleta de dados, num primeiro momento foram utili- zados questionários com perguntas do tipo: 1) Você gosta de estudar inglês? 2) Está contente por estudar inglês ou gostaria de estudar outra língua estrangeira? 3)Considera importante aprender inglês? Poderia explicar por quê? 4) Você utiliza o inglês no seu dia-a-dia? De que forma? Num segundo momento, foi solicitado aos alunos que fizessem desenhos que representassem a aula de inglês, para tentar analisar o que jaz sob o discurso deles. Por fim, foram feitas “entrevistas de explicitação” (VERMERSCH, 1994). Tais entrevis- tas foram utilizadas como complementação aos questionamentos ou dúvidas que surgiram quanto aos desenhos elaborados. Nessa etapa, os alunos puderam explicitar determinados aspectos de suas produções. 6. Resultados Os dados mostraram que 88% dos alunos da quinta série gos- tam de inglês, demonstrando mais interesse na aprendizagem do idioma, devido ao fator “novidade”. Já na oitava série, observamos esse interesse cair para 58%, devido à ausência do mesmo fator. Isto pôde ser confirmado por meio dos desenhos produzidos. Alguns desses desenhos nós chamamos de “verbalizados”, porque neles os alunos da oitava série acrescentavam palavras como: “chatice” e “enjôo” ao referirem-se às aulas de inglês. Quando perguntados se estavam contentes com o inglês ou prefeririam estudar outro idio- ma, caso lhes fosse concedida a possibilidade de escolher, a maioria optou pelo inglês (60% na 5ª e 65% na 8ª série). Sobre se considera- Interdisciplinar v. 4, n. 4 - p. 94-105 - Jul/Dez de 2007
  • 9. 102 Aline Cajé Bernardo vam a aprendizagem de inglês importante, a maioria respondeu afir- mativamente. Os índices da tabela 01 apontam 92% para os alunos da quinta e 98% para os da oitava. Na oitava série, 60% relacionou essa importância à obtenção de um emprego no futuro, revelando que o trabalho é a grande preocupação da maioria dos alunos desta série. Já na quinta série, houve um empate de 25% para as questões de emprego e viagens. Um quarto dos alunos desta série mostrou-se otimista quanto ao futuro e alimentam expectativas positivas, in- cluindo viagens turísticas a países estrangeiros. Alguns disseram: “É importante porque quando eu viajar para um país estrangeiro já sei falar”. Tabela 01 – Importância atribuída à aprendizagem de Inglês Tabela Descritivo Sim Emprego Viagem Conhecimento Outros Não Não responderam Alunos da 92% 25% 25% 12% 23% 3% 2% 5ª Série Alunos da 98% 60% 13% 10% 10% 3% 5% 8ª Série A relação entre inglês e conhecimento foi pouco mencionada por esses jovens. De acordo com a tabela acima, apenas 12% dos estudantes da quinta série e 10% dos da oitava referiram-se à obten- ção de novos conhecimentos por meio do inglês. Uma das perguntas do questionário inquiria sobre a utiliza- ção da língua inglesa na vida diária, numa tentativa de entrar na lógica dos alunos sobre se havia alguma correlação entre o fator “disciplina distante da realidade deles” e o sentido que eles atribu- íam a essa aprendizagem. Interdisciplinar v. 4, n. 4 - p. 94-105 - Jul/Dez de 2007
  • 10. Língua Inglesa na escola pública e a relação com o saber 103 Tabela 02 - Uso de Inglês no Dia-a-dia Descritivo Música Filme Internet Video Games Outros Falando Não usa Alunos da 26% 2% 15% 11% 8% 15% 37% 5ª Série Alunos da 38% 8% 13% 5% 15% 8% 43% 8ª Série Total de 30% 4% 14% 9% 10% 12% 39% alunos A música e a internet são os elementos motivadores mais cita- dos em ambas as séries nesta utilização. Mostrando-se sintonizados com os avanços tecnológicos, alguns alunos utilizam inglês no com- putador com video games e internet. Isso ocorre principalmente nas lan houses. Os índices mostraram que 39% dos alunos não se perce- bem utilizando o inglês na vida cotidiana. Finais 7. Considerações Finais Os dados revelaram que a maioria dos alunos pesquisados gosta e acha importante aprender a língua inglesa. A escola é vista pela maioria deles como o lugar de aprendizagem desse idioma, diferentemente do que qualquer análise apressada poderia supor. Essa crença na função da escola regular como lugar legítimo do aprendizado da língua estrangeira é um fator importante e estimulador da busca de soluções para o enfrentamento dos proble- mas relativos a esse ensino. Eles não utilizam muito o inglês no dia-a-dia, mas quando o fazem recorrem à música, internet e video games. Essa inclinação por parte deles para o uso da internet poderia constituir-se em terreno fértil para um redirecionamento das metodologias de ensino de in- glês, funcionando como elemento mobilizador da atividade intelec- tual dos alunos. Os atuais laboratórios de informática da maioria Interdisciplinar v. 4, n. 4 - p. 94-105 - Jul/Dez de 2007
  • 11. 104 Aline Cajé Bernardo das escolas públicas não oferecem condições para o desenvolvimento de atividades que realmente possam relacionar o ensino de inglês com a utilização das novas tecnologias da informação e comunicação. O sentido atribuído pelos alunos à aprendizagem desta lín- gua está vinculado à perspectiva de um futuro melhor. Compreen- dem que esse idioma pode fazer diferença na luta por um emprego. Notou-se a consciência da necessidade de aprender, mas pouco em- penho em prol disso. O conhecimento do idioma pelo saber em si ou como forma de obtenção de outros conhecimentos foi minima- mente citado. Na sua maioria, não demonstraram preocupação com o saber propriamente dito, nem com os conhecimentos resultantes da “aventura comum da humanidade” (CHARLOT, 2005, p. 84-85). Por enquanto, estes dados estão restritos aos alunos de uma escola pública. Posteriormente, teremos subsídios para uma análi- se mais acurada sobre a relação dos alunos com o aprendizado de Inglês, com a ampliação da pesquisa para o âmbito das escolas da rede particular, a fim de ao comparamos as diferentes visões dos alunos, tentarmos contribuir para as pesquisas e debates sobre o ensino de língua estrangeira e talvez tornar a aprendizagem desse idioma mais eficaz para eles. Referências Bibliográficas ALMEIDA FILHO, José Carlos P. de. Dimensões comunicativas no ensino de línguas Campinas, SP: Pontes, 1993. línguas. BATISTA, Maria Luíza W. O olhar do egresso Uma avaliação da egresso: habilitação Português/Inglês no período de 1995 a 2000. São Cris- tóvão-SE: NPGED, 2003. Dissertação de Mestrado. _____ ; PORTO, Maria Augusta R. Um breve histórico do ensino de línguas no Brasil. In: SANTANA, G. et al. Questões de línguas estrangeiras línguas estrangeiras em questão. São Cristóvão: Edi- estrangeiras: tora UFS; Aracaju: Fundação Oviêdo Teixeira, 2005. p. 15-33. Interdisciplinar v. 4, n. 4 - p. 94-105 - Jul/Dez de 2007
  • 12. Língua Inglesa na escola pública e a relação com o saber 105 BERGER, Maria Amália F. O papel da língua inglesa no contexto de globalização da economia e as implicações do uso de NTICs no processo de ensino aprendizagem desse idioma. São Cristó- vão-SE: NPGED, 2005. Dissertação de Mestrado. BERNARDO, Aline C. A relação com o saber de alunos do ensino fundamental na aprendizagem da língua inglesa Jaboticabal, SP: inglesa. Faculdade de Educação São Luís, 2006. Monografia (Pós-Gradua- ção em Metodologia do Ensino de Língua Inglesa). Orientadora: Érika Viviane Costa Vieira. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais terceiro e quarto ciclos do ensino funda- nacionais: mental: língua estrangeira. Brasília: MEC/SEF, 1998. CHARLOT, Bernard. Da relação com o saber: elementos para uma teoria. Trad. Bruno Magne. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. _____ (org.) Os jovens e o saber Perspectivas Mundiais. Trad. saber: Fátima Murad. Porto Alegre: Artmed, 2001. _____ . Relação com o saber, formação dos professores e globali- saber, zação: questões para a educação de hoje. Porto Alegre: Artmed, 2005. LACOSTE, Yves (org.); RAJAGOPALAN, Kanavillil. A geopolítica do Inglês São Paulo: Parábola Editorial, 2005. Inglês. NICHOLLS, Susan Mary. Aspectos pedagógicos e metodológicos do ensino de inglês Maceió: EDUFAL, 2001. inglês. RAJAGOPALAN, Kanavillil. A geopolítica da língua inglesa e seus reflexos no Brasil: Por uma política prudente e propositiva. In: LACOSTE, Yves (org.); RAJAGOPALAN, Kanavillil. A geopolítica do Inglês São Paulo: Parábola Editorial, 2005. p.135-159. Inglês. VERMERSCH, Pierre. L entretien d’explicitation en formation ’ d’explicitation: initiale et en formation continue. Paris: ESF, 1994. WALKER, Sarah. Uma visão geral do ensino de inglês no Brasil. In: STEVENS, Cristina Maria T. e CUNHA, Maria Jandyra C. Histó- ria do ensino e pesquisa na área de inglês no Brasil caminhos e Brasil: colheitas. Brasília: EDUnB, 2003. p. 35-52. Interdisciplinar v. 4, n. 4 - p. 94-105 - Jul/Dez de 2007